A mídia motiva, estimula ou incentiva a prática da atividade física? Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apenas 1,2% da população brasileira pratica atividades físicas com regularidade. Qual a razão deste baixo índice se a prática de exercícios físicos previne doenças e auxilia no tratamento de outros males? Pode-se justificar o percentual na falta de hábito de praticar exercícios?, na falta de disciplina?, na falta de informação sobre a importância de praticar atividade física para ter ou melhorar qualidade de vida? Muitas respostas ainda precisam de estudos científicos. Em outubro de 2002, na palestra de abertura do CELAFISC, em São Paulo, os participantes ouviram que o cachorro é, na sociedade atual, mais eficiente no estímulo à prática da atividade física do que a mídia. O professor australiano, que realizou a palestra disse que os donos de cachorro, são 15% mais ativos do que aqueles que não têm o animal de estimação, porque o cachorro obriga que seu amigo homem, diariamente, o acompanhe numa caminhada.
Com certeza, desde o evento, muitas questões já foram discutidas considerando a informação do professor australiano. Outras estão em discussão diante da relevância desta revelação. A mídia, nos últimos anos, avançou significativamente em termos tecnológicos. A cada edição dos Jogos Olímpicos, da Copa do Mundo de Futebol ou de qualquer outro evento, em nível nacional, os Meios de Comunicação divulgam e enfatizam o investimento realizado em termos tecnológicos para a cobertura do evento. Neste ensaio, não pretende-se avançar nesta discussão, embora se reconheça a importância da tecnologia no contexto atual.
Pretende-se, sim, avançar, um pouco mais, na questão do conteúdo veiculado e como este, influencia ou afeta o comportamento da sociedade, ou de parte dela.
A mídia tem, em sua pauta diária, a preocupação ou a intenção de estimular a prática de atividades físicas? Os conteúdos veiculados revelam o quê? Ela se interessa em assuntos como o Mexa-se São Paulo ou por conteúdos como este veiculado pelo Jornal Zero Hora (Porto Alegre) em 16 de novembro de 2002 intitulado “Mexa-se para evitar doenças”. Quanto espaço a Mídia reserva para temas como estes? Respostas para essas perguntas são praticamente inexistentes, mas cada vez mais necessários. No LCMMEF há pesquisas, quantitativas e qualitativas. Em andamento. As de caráter quantitativo, em sua maioria, buscam averiguar o espaço que a mídia dá ao esporte não profissional, as outras buscam resposta à importância do conteúdo esportivo veiculado para a mudança de comportamento do público, quanto a prática de exercícios físicos.
Lívio Anderson
postado Anny Vinhote